Nesta quinta-feira (10/11) a manhã do XVI SENABOM foi movimentada
por palestras com os autores dos trabalhos científicos selecionados
e dos expositores da feira, que trouxeram novidades, produtos e
inovações para o trabalho dos bombeiros.
A maior parte dos produtos está exposta no local do evento, na
FIPIE - Feira Internacional de Prevenção de Incêndios e
Emergências.
A equipe do Centro de Comunicação Social do CBMSC acompanhou
algumas delas, trazendo um breve relato.
Avaliação de desempenho de sistemas de controle de fumaça
por modelagem numérica
Major Leandro Magalhães Mariani – Distrito Federal
O palestrante, que desenvolveu um trabalho pela Universidade de
Coimba (Portugal), mostrou uma simulação de incêndio em uma
edificação de quatro pavimentos considerando uma das maiores
ameaças à vida em uma situação como esta: a alta concentração
de fumaça.
O escoamento da fumaça do ambiente foi simulado em alguma
situações, utilizando o aplicativo FDS (Fire Dynamics Simulator) em
situações com e sem controle de fumaça.
Gestão de Crise: Conceitos e Paradigmas
Major Waldeci Gouveia Rodrigues – Minas Gerais
“Quebrar o senso de poder sobre as coisas (todas as viaturas,
materiais e pessoal estão à disposição do atendimento e da
comunidade, não são de propriedade particular), sentar e planejar,
exercitar e simular”. Com esta síntese o palestrante pontuou as
principais práticas que devem ser aplicadas nos quartéis e comandos
para a melhoria na resposta a situações de crise.
Apresentando os conceitos, teorias e paradigmas das situações
críticas, o Major defende ainda o comando unificado, no qual poderão
ser delegadas competências situacionais aos especialistas no momento
dos atendimentos, mas centrando as decisões em um único local.
Gestão eletrônica de documentos no CBMAL: As vantagens da
eliminação do papel no trâmite documental
Capitão José Tenório de Barros Filho - Alagoas
O objetivo maior com relação a eliminação dos papéis nos
trâmites documentais, segundo o palestrante, é melhorar a
agilidade dos sistemas e facilitar a integração das informações,
livrar a administração dos problemas ocasionados pela burocracia
dos papéis para investir no desenvolvimento de aplicativos que
facilitem tanto o serviço operacional quanto o administrativo.
O sistema já existe ativamente, por meio de portaria no Estado,
há mais de três anos. Segundo o oficial, existe também uma
preocupação com uma parte da corporação que ainda não está
adaptada com este sistema altamente informatizado: eles acabam
trocando o estafeta pelo operador dos computadores, a fim de que
todos aprendam e estejam atualizados com o novo sistema. Assim, os
bombeiros têm acesso a todas as informações ao mesmo tempo,
facilitando o atendimento à população.
Descontaminação de artigos em um serviço de atendimento
pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas.
Soldado Willienay Tavares Costa - Alagoas
O trabalho científico desenvolvido pelos militares do Corpo de
Bombeiros de Alagoas baseia-se em conscientizar a todos da
importância de fazer a assepsia correta tanto das viaturas quanto
do próprio Equipamento de Proteção Individual (EPI). A pesquisa
foi feita com as guarnições do atendimento pré-hospitalar, na qual
foi feito estudo de campo com a coleta de dados de 16 guarnições do
quartel.
Os principais produtos utilizados para assepsia das viaturas
foram: álcool 70% (o mais utilizado por ser de nível intermediário
de eficácia), germicidas, água sanitária, desinfetante, água e
sabão e o menos utilizado por questão de custo, mas não menos
importante, o detergente enzimático.
A palestrante citou ainda que devemos adotar sete passos para
lavar as mãos antes e depois das ocorrência para que possamos
manter uma boa assepsia: lavar a palma das mãos, o dorso, entre os
dedos, os polegares, as articulações, unhas e punhos. Salientou
ainda a dificuldade da guarnição em manter a limpeza dos
equipamentos como coxins, aparelhos de vetilação entre outros.
Proposta de um sistema informatizado para dispositivos móveis
com foco na gestão dos recursos do serviço de salvamento aquático
do CBMSC
2° Tenente Marco Aurélio Lino Massarani
O palestrante apresentou uma proposta de elaboração de um
sistema informatizado para dispositivos móveis (celulares e
tablets). A nova tecnologia tem o intuito de melhorar a gestão dos
recursos que são utilizados durante na operação veraneio para
tornar mais eficiente o serviço de salvamento aquático nas praias e
balneários.
Palestra SOBRASA: Surf-Salva
Soldado José Tenório de Barros Filho – Santa Catarina
Uma das palestras do simpósio da SOBRASA apresentou o Projeto
Surf-Salva, que tem como objetivo ensinar surfistas a prevenir e
salvar para, dessa forma, reduzir o número de afogamentos no mar.
Na ocasião foi apresentada uma pesquisa que aponta que 51% dos
surfistas já presenciaram alguém morrendo na praia, 74% já
participou de algum salvamento, 32% referem medo por não ter
conhecimento de primeiros socorros, 46% já tiveram a oportunidade de
ajudar um guarda-vidas, e 84% gostariam de participar de algum curso
de primeiros socorros para afogamento. Já do lado dos guarda-vidas,
41% já foram auxiliados alguma vez por um surfista, e 84% acreditam
que o surfista possa realizar um salvamento.
Para preparar o surfista são oferecidas aulas teóricas e
práticas, de forma simples e objetiva, para que o surfista possa
absorver o conhecimento e aplicar o aprendizado.
Veículos aéreos não tripulados: panorama atual e
perspectivas para o combate a incêndio em grandes edificações
Alan Patrick Coimbra Melo
O tema da palestra atraiu muitos interessados por esta tecnologia,
que está ganhando novos adeptos a cada dia. O palestrante destacou
que o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foi o primeiro a receber
autorização da ANAC para operação, por meio de uma carta de
acordo operacional.
Após responder as perguntas do participantes, sugeriu que cada
Organização crie um departamento técnico específico e uma equipe
capacitada para operação com segurança.
Resgatécnica: A vanguarda tecnológica na Busca e Salvamento
Rafael Milo e Gabriel Duarte
Os expositores apresentaram novos equipamentos para comunicação
aquática como o Sonar Siderscan (aparelho que pode ser rebocado pela
embarcação com capacidade de gerar imagens do fundo oceânico) e o
Navegador Artemis (que apresenta o Sonar e o GPS integrados). ROV é
um robô para busca e resgate com a capacidade de pegar objetos e
cortar cordas e cabos submersos evitando assim risco aos bombeiros.
Também foram mostrados equipamentos de resgate veicular da
GreenLine, uma linha de produtos mais leves e com baixo nível de
poluentes.
Para Busca e Resgate em Espaço Confinado (BREC) o Hasty Kit é um
composto de dois detectores sísmicos, um sensor acústico com
microfone embutido e câmera com haste que permite encontrar vítimas
em meio aos escombros auxiliando aos resgatistas, diminuindo o
tempo resposta.
A tecnologia Cristanini de Combate a Incêndio
Carmem Pettena
A empresa trouxe o equipamento Firestop 200/300, um compressor
compacto ideal para primeiras intervenções em princípios de
incêndio, podendo também ser colocado em veículos de pequeno porte
ou embarcações.
O equipamento WJFE 300, também apresentado na ocasião, é uma
máquina capaz de cortar madeira, metal vidro, concreto e outros
materiais, utilizando uma lança que mistura abrasivos e água. Uma
vez concluído o processo de perfuração, a água nebulizada de 350
bar (bocal de água) pelo bico, torna-se imediatamente vapor,
aumentando seu volume em 1700 vezes, saturando a atmosfera e
removendo oxigênio ao fogo, que diminuem tão rapidamente quanto a
temperatura. Com informações:
http://www.cristanini.it/eng/
Créditos: Soldado BM Maria Gabriela / Soldado BM Tainara Monteiro
/ Soldado BM Maraysa – CCS do CBMSC
Fotos: Soldados BM Jacques / Soldado BM Moritz / Soldado BM Glauco